quinta-feira, 11 de outubro de 2012

TCI's e Letramento Tecnológico


O letramento tecnológico, no que concernem as tecnologias de comunicação e informação, é cada vez mais rápido, cada vez maior, atingindo pessoas em uma tenra idade e tornam-se praticamente um objeto sem o qual a vida, ou as maneiras de enxergá-la, impossível. O homem se move em direção a preguiça, diriam os economistas, e, tratando-se da tecnologia, a sentença não pode ser mais correta. O homem se move no sentido de poder parar logo a diante, o descanso, tratando-se de tecnologia, deve ser uma constante e nos movemos nesse sentido. A internet chegou a um nível que, há 15 ou 20 anos, seria impensável. Os i-phones, i-pads e as redes sociais são cada vez mais reais, estão cada vez mais próximos e o analfabetismo tecnológico torna-se uma realidade igualmente mais comum, a criação de uma nova linguagem é mais real.
As instituições necessitam acompanhar os avanços desta instituição paralela, a tecnologia, que já não reivindica mudanças, mas age mais incisivamente na construção de uma periferia. A educação, nesse contexto, é um belo exemplo de adaptação, ou não, desta nova realidade. O letramento tecnológico é cada vez maior em crianças de tão poucos anos que já não sabemos distinguir o que é natural nesse processo e o que deve ser, senão controlado, ao menos, observado atentamente. Não podemos confundir curiosidade com uma montanha de produtos tecnológicos que ficam obsoletos em um ritmo bem rápido. A educação esta inserida nesse contexto, é claro, o processo educacional nos é extremamente essencial, nos é constante. Os saberes docentes são modificados a medida que os alunos conseguem construir em uma linguagem que, em uma grande parte dos professores, por eles é desconhecida ou, ao menos, estranha.
O descompasso da educação dita “tradicional”, em relação ao universo mais dinâmico da tecnologia é evidente na nossa sociedade. Fui letrado nas TCI’s tardiamente, no Ensino Fundamental não tive contato, não procurei esses mecanismos, assim como estes, por parte dos professores, não foram a mim exigidos. Mas, devo levar em consideração duas questões necessárias a este, atualmente, aparente problema: 1) estudei em uma escola muito pequena, aonde os fatores coesivos de solidariedade, como diria Durkheim da solidariedade mecânica, eram muito fechados. 2) sou de uma geração anterior a esta, acredito que a minha antiga escola já deve incentivar e, o mais interessante, ser incentivada pelos alunos a abordar estas questões e destas formas.
O Ensino Médio foi um ‘Festival de Power Points’. Por ser uma escola que possuía dois laboratórios de informática até relativamente organizados e um curso técnico de Informática (extracurricular) essas ferramentas se tornaram mais próximas a mim, mais reais e necessárias. Tive que aprender a usar o Power Point, acredito eu, ao mesmo que a maioria dos professores, que penavam para acompanhar alguns alunos. A escola também era maior, com uma diversidade maior de alunos que refletiam certos aspectos bem pontuais na sala de aula.
Aprendi, por fim, por uma necessidade, afinal, se as apresentações de algum trabalho em grupo não fossem em Power Point nenhum dos colegas prestava atenção. Eram pessoas difíceis aquelas. Mas, como afirmei do Ensino Fundamental, acredito que a escola de meu Ensino Médio hoje esteja bem mais adaptada à esta “dinâmica tecnológica”.
No meu ponto de vista de aluno, gostava mais das aulas “tradicionais” e via os ‘Power Points’ como recursos do processo, somente recursos que completavam um processo que se baseava muito mais na relação entre turma e professor. Como futuro professor mantenho esta minha primeira posição: a tecnologia é um recurso, no entanto o letramento tecnológico é essencial. Assim como o conceito de sombra em Jung ( "A principal contribuição da obra de Jung reside na definição das tipologias de personalidade, na qual a ênfase não reside na dualidade entre os opostos, mas sim na complementaridade e integração com vistas à saúde, tanto individual quanto nas relações interpessoais." Nadie Machado), a educação deve ser vista como um processo de construção em que os pares, ou as oposições, não se baseiem essencialmente em um conflito. As partes definidas não devem ser desassociadas, mas postas em um mesmo plano de integração. A tecnologia na educação se apresenta dessa forma, essencialmente. 


Um comentário:

  1. Ficou muito interessante a tua argumentação. Ao me citar (fato que apreciei muito) a forma correta seria (MACHADO, 2007,p.106-107).

    Abraços e até breve!

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