sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A escolha

É complicado ter uma razão para explicar a escolha pela docência. É difícil explicar a razão, quando esta está ausente. Todas as escolhas que tomamos estão determinadas por uma dualidade um tanto quanto simplista; ou seja, uma dualidade à caráter da vida: Temos, nelas, o que vem para nós desde o princípio (genética) e temos a nossa tábua rosa, como diria Locke, que esta somente sob nossa inteira responsabilidade. Somos o resultado disso. O fato de minha mãe ser professora me influencia dos dois jeitos, nesse ponto. A determinação do exemplo somado a uma autonomia construída a partir do próprio medo de ver a vida, não sei porque medo, mas ele com certeza permeia muitas das escolhas. Escolhi ser professor por isso, para poder circular dentro dos assuntos sem o comprometimento com uma verdade, ou com A verdade. Não acredito no professor definitivo, no professor formatado que vocifera seu lado perante pessoas que esperam muito dele, que acreditam nele. Tinha medo desses. Cada um tem sua função, é verdade, é necessário uma dinâmica, uma "mecanicidade", para as coisas funcionarem, mas pretendo circular dentro disso. Quero ser professor também pelos ótimos professores que tive, que me fizeram crescer e, o mais importante, me fizeram perceber esse crescimento. Tive poucos desses, mas que foram tão importantes que ofuscaram os outros que se somavam mais as paredes do que com os alunos em sala de aula. Razões utilitaristas, ou pragmáticas, não existem na escolha pela docência e espero que a minha identidade tal como Professor seja construída a partir de um caminho de autonomia e percepção perante aquelas pessoas que necessitam e que somam. O professor não o é somente em sala de aula, ele é professor nas 24 horas do dia.       
O verdadeiro professor defende os seus alunos contra a sua própria influência.